segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Relato de uma Imensidão Repentina (II)

HÃM! Ainda bem, então, que não pisquei os dois, porque hoje já me sinto sem chão. É como se eu tivesse tomado um soco na boca do estômago - e o ar não voltasse [nunca] pro meu pulmão. Sem ar, sem conseguir respirar é que eu falo. Não porque tenha algo a dizer, mas porque o silêncio dela me incomoda.

É como se [todos] os segundos em que não nos falamos fossem fazer falta algum dia, lá na frente, quando ela não estiver mais ao meu alcance.

Nesse meu desespero, nessa agonia por falar, acaba que, muitas vezes, falo bobagens. Aquelas coisas idiotas, que nem para si mesmo deve-se guardar - e o assunto morre mais uma vez.

Não lembro de ter tido tanto silêncio entre eu e alguém antes; nunca me pareceu tão difícil, tão complexo manter uma conversa com uma pessoa. É como se, no anseio de falar tudo se perdesse; e faço papel de bobo, mais uma vez.

Mas o mais impressionante disso tudo, é que ela não nota. Ou, se nota, ao menos tem um pingo de afeição por mim, e, seja por dó ou qualquer outra coisa, ela apenas se faz de desentendida, por alguns instantes.

E é essa atitude, que, embora não demonstre [com certeza] que sou correspondido, ao menos prova que, não estou de todo fora do jogo - ainda há esperança para mim.

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