sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ayesh e Rudá (III)

Algumas horas depois, ele finalmente a encontrou. Quem a visse, pensava que nada havia acontecido, era como se o fim não a abalasse, e nada fora mais do que algumas palavras. Algo triste, porém necessário.

Relutando em ir ao encontro dela, Rudá a via gesticular como sempre o divertia, nos poucos momentos que passaram juntos.

           

            A festa já havia começado quando ela chegou. Como quem não quisesse nada, cumprimentou a maioria dos desconhecidos, se arrependendo tremendamente de ter ido lá. Não sabia o que estava pensando, mas parecia que toda célula do seu corpo parecia querer sair correndo daquele lugar.

            Quando o viu, estava do mesmo jeito de sempre. Nem parecia aquele Rudá que era quando estava conversando com ela – quando estava com seus amigos, se transformava totalmente. Era como se ficar parado ou falar baixo fossem pecados capitais. Deveria estar contando mais uma daquelas histórias da faculdade que só ele sabia contar.

Não que as histórias em si tivessem algo de especial, mas Rudá sabia como contar uma história – fatos corriqueiros se tornavam motivo de gargalhadas, ou motivo de discussões acirradas. Estava no meio de uma delas quando a viu. Ela estava – não, ela não estava, ela era – linda. Aquele vestido lhe caía bem, combinando com esmalte, e, definitivamente, o seu rosto quase vermelho de apreensão faziam de Ayesh a garota de sua vida.

Sorriu, como se pedisse para que ela lhe esperasse, terminou a história e desvencilhou-se do pessoal como se estivesse patinando no gelo. Chegou, ainda sorrindo, e contemplou de perto aquele rosto.

-Que foi?

 

Ainda perdida na discussão, Ayesh não tinha reparado que Rudá estava do seu lado, o que fez o garoto rir. Esse riso foi como um despertador pra ela. Ao vê-lo, arregalou os olhos, e, se a presença dele ali  a deixasse mais surpresa, não demonstrou.

Ou seja, nenhuma novidade – ao menos para ele.  

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